A Quinta da Beira situa-se em Tábua, em pleno Planalto Beirão, circundado por serras e longe das cidades. Delimitada pelas serras da Estrela, do Açor, da Lousã, do Caramulo e tantas outras, com solos ricos e generosos fertilizados pelas águas dos rios e ribeiras da bacia do Mondego, esta região da Beira Alta apresenta uma ligação ancestral à terra e uma vocação inequívoca para a agricultura.

Quase que se poderia dizer, dada a diversidade e qualidade das produções e das paisagens desta região, que ela esconde um dos segredos ecológicos e gastronómicos mais bem guardados de Portugal.

 Na Quinta da Beira, a horta, o pomar e o olival transformam-se no decorrer do ano, ao ritmo das estações, em resultado do tempo, da meteorologia e do sublime trabalho do lavrador. Parte da produção hortícola e a fruta excedentária destinam-se aos próprios animais, diversificando a sua dieta alimentar e melhorando as suas defesas imunitárias contra as doenças. Os pastos são usados sistematicamente pelo rebanho de ovelhas, presença constante da vida diária e do cenário da quinta. Também as cabras participam da azáfama diária da exploração, contribuindo intermitentemente para a limpeza das matas circundantes.

 Da floresta se retiram os matos e os fetos para a cama dos animais bem como alguns complementos preciosos para a sua alimentação, incluindo bolotas e frutos silvestres. E os estrumes produzidos por todos os animais da quinta, dos porcos às galinhas e patos retribuem com a sua riqueza incomparável a fertilidade natural aos terrenos de cultivo, pomares e olivais.

 Desta cumplicidade entre a ação do homem, os animais e o campo, e como dádiva da natureza, do espaço, do ar puro e da água abundante, nasce a obra da terra. Em pequenas quantidades, a quinta produz azeite, carne com a qualidade de outrora, hortícolas com cores e sabores autênticos, fruta deliciosa.